É sempre uma desagradável surpresa descobrirmos que temos pulgas em casa. Em residências onde o animal de estimação passeia pela rua isto é normal. É quase impossível realizar um passeio pelas calçadas, praças, e canteiros, sem que o animal volte sem uma pulga para casa. Esta pulga vai por ovos, e outras pulgas nascerão dando início ao problema. Normalmente a infestação não evolui devido aos procedimentos de limpeza adotados, que vão eliminando os insetos, e ao fato que os animais são os alvos preferências, nos poupando de suas picadas.
O ciclo biológico da pulga se divide em cinco estágios: pulga adulta, ovo, larva, pupa e ninfa. A duração dos estágios de desenvolvimento depende da temperatura, umidade relativa e dadisponibilidade local de alimento. Esse parasita se desenvolve melhor em ambientes úmidos (80% de umidade) e quentes (27º C).
A pulga adulta se alimenta de sangue e pode sobreviver até 1 ano fora do corpo do animal. As fêmeas da pulga põem de 6 a 8 ovos por vez, podendo chegar a um total de 400 a 500 ovos. A postura dos ovos se dá no animal e no ambiente.
Os ovos não são visíveis a olho nu, são resistentes a secas, altas temperaturas e produtos químicos e permanecem em incubação de 2 a 12 dias. Dos ovos nascem as larvas, que são muito pequenas e se escondem em locais inacessíveis à limpeza. Permanecem neste estágio de 9 a 20 dias e passam por 3 fases evolutivas. Passam depois à pupa, permanecendo de 7 dias a 1 ano nesta fase, dependendo da temperatura ambiente. A ninfa é a fase intermediária entre pupa e pulga jovem. Com o rompimento do casulo, origina-se uma pulga jovem que irá se alimentar de sangue quente do hospedeiro, completando o ciclo biológico. O ciclo de vida se dá 95% no ambiente (não visível a olho nu) e apenas 5% no animal.
Uma espécie em particular - a Xenopsylla Cheops - é o vetor da peste bubônica ou peste negra, que ainda tem vitimado muitas pessoas em todo o mundo, utilizando o rato como seu hospedeiro.
A eclosão para a forma adulta somente se faz se houver vibrações que irão "despertá-la" da forma pupal. Esta é a razão pela qual observamos uma grande e súbita população de pulgas aparecerem em local que estava fechado durante certo tempo e ocasionalmente habitado por um animal. As vibrações dos passos de pessoas ao entrarem neste local são suficientes para desencadear o nascimento de uma grande quantidade de pulgas.
Características:
- A pulga possui um aparelho bucal sugador que penetra na pele de seu hospedeiro para se alimentar de sangue.
- Possui pernas musculosas e fortes que permitem que ela atinja de 17 a 20 cm em pulos verticais e 35 a 40 cm em sentido horizontal.
- Após cada "refeição"ela coloca de 4 a 8 ovos, que chegam a somar algumas centenas durante toda a sua vida.
- O relacionamento existente entre a pulga, o rato, e a transmissão da peste bubônica, deve ser levado em consideração. Procedimento preventivo contra os riscos desta doença consiste na aplicação de inseticidas na área onde se faz o início do combate aos ratos.
Principais Espécies e Danos:
Pulga-do- rato | xenopsylla cheopis
O principal hospedeiro é o rato-urbano. Também pode atacar outros mamíferos e o homem.Principal agente transmissor da Peste Bubônica, doença epidêmica contagiosa (quase fatal), que causa manchas escuras na pele e hemorragias internas.
Pulga-do-cão | ctenocephalides canis
Infesta tanto cães quanto gatos, podendo picar rato, outros animais e o homem. Substituiu a P. irritans e tornou-se problema por infestar animais domésticos. Mais comum em regiões de clima frio. Sua principal característica é possuir uma sutura (prega) dupla no 2º segmento do 3º par de pernas.
Pulga-do-gato | ctenocephalides felis
Também atacam o homem e vários outros animais. Capaz de transmitir doenças ao homem, além de provocar alergia. Mais comum em regiões de clima quente.
Pulga-do-homem | Pulex irritans
Podem sugar outros hospedeiros, como suínos, cães e gatos e, raramente, ratos. Sua ocorrência é maior em casas muito velhas. Era a espécie principal do homem por habitar principalmente seus ambientes, mas está quase totalmente erradicada.
Bicho-de-pé | Tunga penetrans
Esta espécie é mais comum nas zonas rurais. A fêmea fecundada penetra na pele do homem e de outros animais, causando forte coceira e ulceração. Adquire-se andando em áreas infestadas, como currais, chiqueiros e praias.
Carrapatos:
Esses artrópodes são extremamente numerosos e encontrados nos mais variados habitats. Possuem segmentos fundidos, sem asas e antenas, e números de patas que variam de 3 pares (larva) a 4 pares (adulto).
Descrição e Biologia:
Em geral têm uma forma oval, quando em jejum são planos no sentido dorso-ventral, e após se alimentarem ficam convexos e até esféricos. Estão por toda a parte, no campo e na cidade, vivem entre touceiras, capim, madeiras ou pelo chão, seja e clima úmido ou seco. Alimentam-se, em geral, de sangue de outros animais, provocando grandes prejuízos econômicos ao homem quando parasita em criações de gado, de suínos, etc.
Há dois tipos de parasitas, parasitas permanentes, que ficam toda vida adulta em seus hospedeiros, parasitas temporários ou ecto-parasitas.
Ciclo de Vida:
A fêmea após fecundada e ingurgitada desprende-se do hospedeiro, cai no solo para realizar a postura única, entre 5.000 e 8.000 ovos, antes de morrer. Após o período de incubação (30 dias à temperatura de 25º C) ocorre a eclosão dos ovos e o nascimento da larva hexápode. A ninfa escala gramas e arbustos à espera de hospedeiros. Após sugar sangue do hospedeiro por 3 a 6 dias, desprende-se deste e no solo ocorre a primeira ecdise (18 a 26 dias), transformando-se em ninfa octópode. Esta ninfa fixa-se em um novo hospedeiro e, em 6 dias, ingurgita-se de sangue, no solo sofre nova ecdise (23 a 25 dias) transformando-se no carrapato adulto.
Principais Espécies e Danos:
Carrapato-de-boi | Boophilus microplusa
Agente transmissor da "Tristeza Bovina".
Carrapato-de-cavalo ou carrapato estrela | Amblyomma cajennense
Infesta mamíferos domésticos e silvestres, aves e o ser humano. Em sua forma adulta, conhecido como roduleiro, pode chegar ao tamanho de um grão de feijão verde, ou até maior. Na forma larval, o micuin, surge nos pastos no período de março a julho. O micuin pode ficar até 24 meses sem se alimentar, esperando um hospedeiro, e no homem causa terrível coceira e atéinflamação. Esse carrapato é hospedeiro da bactéria Rickettisia rickettsii, causadora da febre maculosa, que pode provocar febre alta, dor de cabeça e lesões cutâneas semelhantes as do sarampo ou da meningite meningocócica. Com um diagnostico precoce o tratamento é simples, à base de antibióticos, mas num estado avançado a doença pode ser letal. Em junho de 2004 foram confirmados três casos de óbito por febre maculusa em Mauá, SP.
Carrapato-de-galinha | Argas miniatus
Transmite aos galináceos a bouba, doença infecciosa semelhante à sífilis.
Carrapato-vermelho-do-cão | Rhipicephalus sanguineus
Infesta cães e gatos, e na forma adulta prefere instalar-se na pele, entre o coxim plantar e as orelhas do cão. Sobem pelas cercas, muros, e espalham-se pelo canil, casa, etc. É de difícil controle.
A espécie Ixodes ricinus, assim como outras do gênero Dermacentor, é o agente transmissor para várias espécies animais, sobretudo caprinos, e para o ser humano, especialmente crianças, da moléstia denominada Paralisia. A fêmea é quem transmite a doença, fixando-se na região occipital próximo à coluna vertebral e ao centro respiratório, que pode levar à falta de coordenação motora dos membros de locomoção e à incapacidade de permanecer em pé, acompanhada de vômitos e podendo causar até a morte.
TÉCNICAS PARA CONTROLE DE PULGAS E CARRAPATOS:
Depois de realizada a etapa de inspeção, e apresentadas sugestões para adequação da área física e de rotinas, inicia-se a etapa de controle químico.
1ª. Etapa: Identificação da praga alvo para escolha do produto químico a ser empregado. Assim como as pragas tem diferentes hábitos e comportamentos, também os defensivos têm diferentes formas de ação. Escolher o produto adequado é essêncial para obter-se a eliminação da infestação.
2ª. Etapa: Todos os produtos empregados são licenciados pela ANVISA para uso domissanitário, e permitem o reingresso no local após, no máximo, 04 horas da aplicação.
3ª. Etapa: Para um bom resultado é necessário um trabalho simultâneo, tratar o animal e o ambiente ao mesmo tempo, executando no ambiente com infestação a Pulverização com equipamento Pulverizador de aço inox de compressão previa com produtos de alto poder residual.