Poucas residências escapam da presença destes insetos. É comum encontrá-los pela casa, e principalmente na cozinha, onde elas tem maior quantidade de alimentos a disposição. O hábito de fazer lanches na cama, ou no sofá, acabam propiciando as formigas se espalhem pela casa, recolhendo pequenos restos de alimentos que deixamos cair ao chão.
Os ninhos das formigas, de uma maneira geral, consistem de um sistema de passagens ou cavidades que se comunicam umas com as outras e com o exterior. Algumas espécies constroem seus ninhos no solo e plantas, outras no interior de edificações (sob azulejos, batentes de portas, pisos, vãos e frestas, etc.), ou ainda ocupam cavidades na madeira ou troncos de árvores (Bueno et al. 1994). As colônias variam em tamanho e podem ser formadas desde algumas dezenas até por muitos milhares de indivíduos.
Brasil apresenta cerca de 2 mil espécies de formigas descritas, sendo que destas apenas 20 a 30 são consideradas pragas urbanas, devido ao fato de invadirem alimentos armazenados, plantas e outros materiais domésticos.
A maioria das formigas alimentam-se de sucos vegetais, seiva das plantas, néctar de flores, substâncias açucaradas, líquidos adocicados que são excretados por certos insetos, algumas são carnívoras e se alimentam de animais mortos ou vivos.
É bastante comum encontrarmos diversas espécies diferentes de formigas ocupando nichos dentro da mesma estrutura. Uma espécie muito comum é a Tapinoma melanocephalum (formiga fantasma). A principal característica desta espécie é que ela tem pernas e gaster (abdomen) numa cor branca, meio vitrificada, vista na lupa. A olho nu parece que as perninhas são invisíveis, daí o nome popular. Ela é frequentemente encontrada em residências, escritórios, restaurantes, hospitais.
As outras espécies de formigas urbanas já observadas no Brasil, de acordo com os pesquisadores do Instituto Biológico e CEIS (Centro de Estudos de Insetos Sociais) da UNESP de Rio Claro são:
FORMIGA-FANTASMA - Tapinoma melanocephalum
As operárias têm o mesmo tamanho, muito pequenas. Apresentam cabeça e mesossoma escuros com cintura e gáster claros. Formam trilhas irregulares, andando rapidamente e em zigue-zague. Não apresentam vôo nupcial. Em residências, nidificam atrás de azulejos, batentes de portas e rodapés, os ninhos são pouco estruturados e mudam de lugar freqüentemente.
FORMIGA-LOUCA - Paratrechina longicornis
Apresenta coloração marrom escura a preta e antenas bastante longas. Seu nome deve-se ao hábito das operárias andarem irregularmente, quase em semicírculos. Geralmente, constroem seus ninhos fora das residências, dentro o fazem atrás de janelas e sobre forros de estuque. Seguindo as operárias pode-se encontrar o ninho ou pelo menos sua entrada.
FORMIGA FARAÓ - Monomorium pharaonis*Crematogaster spp – formiga acrobata)
Apresentam coloração marrom-amarelada, com o gáster mais ou menos escurecido na parte posterior. Nidificam em diversos lugares e podem infestar aparelhos eletrônicos ou eletrodomésticos. Não apresentam vôo nupcial. As operárias, durante o forrageamento, andam em linha reta e não possuem movimentos rápidos.
FORMIGA ARGENTINA - Linepithema humile
Sua coloração varia entre marrom claro ou escuro. As operárias são do mesmo tamanho. Nidificam tanto dentro como fora de residências, e, dentro, pode ser em qualquer lugar. Pode-se encontrar a rainha na trilha de forrageamento. Não apresentam vôo nupcial.
FORMIGA DE FOGO - Wasmannia auropunctata
Sua coloração é marrom clara e as operárias são todas do mesmo tamanho. Geralmente nidificam no exterior das residências, sob o solo ou nas árvores. Comumente encontradas em árvores frutíferas como cacau e cítricas. São atraídas por alimentos na cozinha.
FORMIGA LAVA PÉS - Solenopsis spp
Sua coloração varia do marrom-avermelhado ao preto. Apresentam tamanhos variados. Nidificam geralmente fora das residências e seus ninhos são facilmente identificados, pois apresentam um murundu de terra solta que, se mexido, saem grande número de operárias que ferroam dolorosamente. Essas picadas causam bastante ardor, formando bolha no local atingido. Podem infestar aparelhos elétricos e cabines de eletricidade, no interior das residências, procuram por migalhas de alimentos e são atraídas por substâncias oleosas.
FORMIGA-CARPINTEIRA - Camponotus spp
Sua coloração pode variar do amarelo ao preto e apresentam tamanhos variados. Nidificam em cavidades no solo ou em árvores e, dentro de residências, atrás de batentes de janelas e portas, rodapés, assoalhos, fendas em paredes, dentro de gavetas e forros de madeira. Podem infestar aparelhos elétricos. Algumas espécies têm hábitos noturnos. Preferem substâncias adocicadas, mas podem se alimentar de carne. Produzem grandes revoadas no final da primavera.
FORMIGA-CABEÇUDA - Pheidole megacephala
As operárias apresentam 2 tamanhos, as maiores são os soldados, encarregados da proteção da colônia. Sua coloração varia entre vermelho-amarelado e marrom-avermelhado. Nidificam geralmente fora das residências e, são as primeiras a aparecerem em casas recém-construídas. Quando nidificando dentro de residências, preferem os rodapés. Os ninhos podem ser localizados facilmente seguindo as trilhas das operárias.
FORMIGA-ACROBÁTICA - Crematogaster spp
O nome refere-se ao fato de que ameaçadas, levantam seu gáster acima do mesossoma, quase em ângulo reto. Sua característica mais marcante é o gáster em formato de coração. As operárias são de um só tamanho e de coloração entre o marrom e o preto, apresentam movimentos lentos. Nidificam em ocos de árvores, montes de madeira, folhas de árvores no chão e no solo e, no interior de residências, em estruturas de madeira e cavidades em paredes de alvenaria.
FORMIGAS-CORTADEIRAS
Essas formigas para se alimentar cortam as folhas das plantas, que também servirão de substrato para o cultivo de fungos, sua fonte de alimento. Existem dois gêneros de formiga-cortadeira: Atta e Acromyrmex.
As saúvas apresentam 3 pares de espinhos no mesossoma. As operárias apresentam vários tamanhos, sendo divididas em: jardineiras (menores e com função de triturar os pedaços de vegetais, colocando-os à disposição dos fungos); as cortadeiras (com tamanho médio e função de cortar e carregar os fungos para o formigueiro) e soldados (são os maiores e sua cabeça é bastante grande, têm como principal função a de proteger a colônia). No formigueiro há apenas uma rainha, chamada de içá ou tanajura, que é bem maior que o restante do formigueiro e, quando essa morre, o restante do formigueiro também morre em poucos meses. Seus ninhos geralmente são facilmente visualizados, formados por montes de terra solta, nos quais podem ser observados vários orifícios (olheiros), que dão acesso ao interior do ninho.
FORMIGA QUENQUÉM - Acromyrmex spp
As quenquéns diferenciam-se das saúvas por possuírem 4 pares de espinhos no mesossoma. As operárias, também apresentam tamanhos e cores variados. Os ninhos não são visualizados com facilidade, cobertos por palha, terra e fragmentos de vegetais, ou até ter montes de terra solta, porém são bem menores que os das saúvas.
Diversos estudos já feitos a respeito destas espécies demonstram que estas formigas tem algumas características em comum, tais como, eusociabilidade (são insetos verdadeiramente sociais e nestas colônias ocorre a divisão de trabalho, a presença de várias gerações em um mesmo período e o cuidado com a prole); a poliginia (presença de diversas rainhas);a fragmentação das colônias e a grande facilidade de migração. Porém podem ter hábitos alimentares diversos, o que vai complicar em muito o controle destes insetos.
A capacidade de fragmentação das colônias de formigas é uma das características mais importantes, pois é a causadora das infestações súbitas e generalizadas nos ambientes urbanos. Em laboratório já foi observado que quanto mais “perturbação” as formigas recebem, mais as colônias se expandem. Fora do laboratório o que frequentemente ocorre é as pessoas utilizarem algum tipo de inseticida localizado para combater o problema. Os inseticidas são aplicados geralmente com bombas ou frascos de aerosol pressurizados. Como as formigas são muito pequenas, qualquer frestinha é suficiente para abrigo. Assim que elas percebem a “perturbação” do inseticida sendo aplicado, elas dividem a colônia em grupos com rainhas, operárias e larvas e se deslocam para outros nichos. A aparência inicial é a de que o problema foi resolvido. Pouco tempo depois, elas parecem “brotar” por todos os lados,o que desnorteia quem está vivendo o problema.
TÉCNICAS UTILIZADAS PARA CONTROLE DE FORMIGAS
Depois de realizada a etapa de inspeção, e apresentadas sugestões para adequação da área física e de rotinas, inicia-se a etapa de controle químico.
1ª. Etapa: Identificação da praga alvo para escolha do produto químico a ser empregado. Assim como as pragas tem diferentes hábitos e comportamentos, também os defensivos têm diferentes formas de ação. Escolher o produto adequado é essêncial para obter-se a eliminação da infestação.
2ª. Etapa: Todos os produtos empregados são licenciados pela ANVISA para uso domissanitário, e permitem o reingresso no local após, no máximo, 04 horas da aplicação.
3ª. Etapa: Nebulização com equipamento Elétrico UBV (ultrabaixo volume) para melhor residual e aplicação espacial, Pulverização com equipamento Pulverizador de aço inox de compressão previa, Polvilhamento de redes Elétricas, Aplicação de Gel e de iscas Atrativas.